terça-feira, 19 de agosto de 2008

Rodovias que produzem energia

Por Redação Agência Fapesp

Agência FAPESP – Andar descalço no asfalto em um dia de muito sol está longe de ser uma boa idéia, mas foi o ponto de partida dos cientistas do Instituto Politécnico Worcester, nos Estados Unidos. Não que eles tenham queimado os pés. O que fizeram foi buscar uma maneira de usar o calor acumulado no chão como uma possível fonte alternativa de energia.

Os pesquisadores estão desenvolvendo um coletor solar que poderá transformar estradas ou estacionamentos em centrais para geração de eletricidade. O trabalho não apenas busca avaliar como o asfalto coleta a energia solar, mas quais são as formas mais eficientes de aplicação de pavimentos de modo a maximizar a capacidade de absorção do calor.

Os resultados do estudo, coordenado por Rajib Mallick, professor de engenharia civil e ambiental, serão apresentados no dia 18 no Simpósio Anual para Pavimentos Asfálticos, na Suíça.

Mallick e colegas estudaram o potencial de geração de energia do asfalto por meio de modelos computacionais e fizeram diversos testes em campo e em laboratório. Os pesquisadores usaram sensores embutidos no pavimento ou em amostras para medir a penetração do calor e a transmissão para o aquecimento de água. A água, apontam, pode ser usada para o aquecimento de edifícios ou em processos industriais. Pode também ser usada em geradores termelétricos para produção de eletricidade.

O uso do asfalto como coletor solar tem uma série de vantagens. Por exemplo, a cobertura permanece quente e pode continuar a gerar energia mesmo depois do pôr-do-sol, o que não ocorre com as placas fotovoltaicas. Além disso, contamos com uma quantidade enorme de estradas e estacionamentos, ou seja, não há necessidade de uso de novos terrenos?, disse Mallick.

Outra vantagem apontada pelo pesquisador é que a extração de calor do asfalto reduziria o efeito de formação de ilhas de calor em áreas urbanas, diminuindo o consumo de eletricidade por meio de aparelhos de ar-condicionado.


(Envolverde/Agência Fapesp)

Nenhum comentário: