quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Gold Standard endurece critérios de avaliação de projetos de redução de CO2

Por Paula Scheidt, do CarbonoBrasil

Com o intuito de garantir que projetos de redução de gases do efeito estufa (GEE) promovam o desenvolvimento sustentável no local onde são implantados, o esquema de certificação de créditos de carbono Gold Standard lança uma versão mais rigorosa de avaliação.

O Gold Standard Versão 2 (GSV2) combina exigências de certificação para o mercado voluntário e o compulsório em um único manual e inclui um ‘Kit de ferramentas” separado com exemplos, modelos e manuais detalhados para os projetos que serão submetidos à avaliação.

A Fundação Gold Standard, que tem o apoio de mais de 60 ONGs de todo o mundo, aceita apenas projetos de energias renováveis e eficiência energética.

O GSV2 também melhora a transparência na validação e verificação dos processos, exige que os validadores e verificadores façam visitas ao local onde o projeto é desenvolvido, aperfeiçoa a documentação para modelos fixos e alinha os termos com o da Comissão Executiva de Mudanças Climáticas da ONU, responsável pela aprovação dos projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

A nova versão amplia os tipos de projetos elegíveis para receberem a certificação e alinha os critérios de sustentabilidade com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e os Princípios de Salvaguarda da ONU.

MDL Programático

Outra novidade é um guia para projetos de MDL Programático, tanto para o mercado compulsório quanto para o voluntário, e explicações detalhadas de como submeter novas metodologias de reduções de emissões voluntárias (VER, na sigla em inglês).

O chamado MDL Programático ou Programa de Atividades (PoA, na sigla em inglês) foi lançado pelas Nações Unidas em 2007 como uma opção dentro do MDL que facilitasse o registro de um grupo de pequenos projetos com a mesma metodologia, porém em locais ou tempos distintos.

As regras para aprovação são similares ao MDL tradicional, com a diferença de que o programa como um todo, agregando os diversos projetos, é submetido para receber o registro da ONU. Uma das principais vantagens é que, no decorrer do tempo, novos projetos podem ser revalidados como integrantes do PoA já aprovado.

“Esta atualização consolida a posição do Gold Standard como um padrão líder no mercado voluntário. Na Ecofys, nós trabalhamos duro para melhorar a primeira versão – reduzindo as regras complicadas a todo momento para garantir que as examinações e balanços se tornem fortes”, afirma a líder na criação do GSV2, Claudia Doets, que é especialista em MDL na consultoria Ecofys.

A Versão 2 está valendo desde a última sexta-feira (1), quando foi lançada pela Fundação. Os projetos que se inscreverem para serem avaliados até 1º de setembro ainda poderão utilizar a Versão 1. Após esta data, a versão e todos a documentação correspondente não serão mais utilizados.

(Envolverde/Carbono Brasil)

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