sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Esquema de carbono da Nova Zelândia ganha novos apoiadores

A proposta de criação de um esquema de comércio de emissões na Nova Zelândia tem agora mais chances de ser aprovada no parlamento, pois passou a receber o apoio de alguns partidos menores. O sistema, no entanto, não deve manter o atual formato por muito tempo, já que a minoria trabalhista no governo vem perdendo apoio para as eleições de novembro.

Apesar de ser uma economia pequena, a Nova Zelândia tem sido observada por ser um dos primeiros países do Anexo 1 que avaliam a criação de tarifas sobre as emissões de carbono em todos os setores.

E isto acontece depois de mais de três anos da criação de um único esquema similar em funcionamento (da União Européia) e após um processo tortuoso de desenvolvimento de uma política climática.

O país está longe de alcançar a meta do Protocolo de Quioto, mas mantém as emissões estáveis com base no ano de 1990. O déficit atual do país é de 22 milhões de toneladas de CO2 equivalente em relação à meta.

Primeiro foram o partido Verde declarou apoio ao projeto de lei de mudanças climáticas em tramitação no parlamento. Agora foi a vez do partido “Nova Zelândia Primeiro”, aliado do governo e liderado pelo ministro de relações exteriores, Winston Peters. Em troca, eles receberam concessões como um fundo de AUS$ 1 bilhão para subsidiar o isolamento térmico no setor residencial e compensar financeiramente os moradores pelo aumento do custo da energia.

O projeto de lei deve passar pelo parlamento antes das eleições, e a primeira-ministra Helen Clark está ansiosa para ver os resultados da grande reforma antes disso. A tarefa de lidar com o comércio de emissões, no entanto, pode acabar nas mãos da oposição, o Partido Nacional, que hoje tem maiores chances de sair como vencedor na disputa.

O partido retirou o apoio ao projeto de lei no início do ano, mas prometeu uma abordagem revisada pronta dentro dos primeiros nove meses de exercício. O líder John Key disse que seriam necessárias cinco ou seis mudanças necessárias, mas que manteria a abordagem do partido Trabalhista.

O esquema do tipo ‘cap and trade’ (limitar e negociar emissões) dos trabalhistas propõe abranger todos os seis gases do efeito estufa através da inclusão gradual dos setores ao longo de cinco anos.

O esquema iniciaria neste ano com as florestas. A indústria do petróleo seria incluída em 2009 e o setor de geração de energia e indústrias altamente poluentes, em 2010. Os transportes seriam considerados a partir de 2011 e a agricultura, em 2013, apesar da contribuição significativa do setor para o aumento das emissões nos últimos anos.

Recentemente, a Nova Zelândia e a Austrália discutiram a possibilidade de ligar os esquemas emergentes de ambos os países. Um esquema mais amplo pode ter benefícios, como uma redução dos custos de abatimento das emissões, mas a pequena Nova Zelândia provavelmente tem mais a ganhar.

Para a Austrália há riscos, o que restringe a importação de créditos de carbono. O esquema da Nova Zelândia seria muito mais aberto a outros mercados de carbono, já a Austrália se preocupa com a possível elevação do preço do carbono quando o mercado doméstico for conectado ao da União Européia.

* Fonte: Carbon Positive. Traduzido por Fernanda B. Muller, do CarbonoBrasil


(Envolverde/Carbono Brasil)

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