segunda-feira, 2 de junho de 2008

Lula diz que travará 'guerra necessária' pelo etanol

Ingrediente dominante da agenda internacional recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a defesa do etanol ganhou dramaticidade. Recorrendo a uma metáfora bélica, Lula disse que será "uma guerra necessária" a briga que vai travar no cenário internacional em defesa do biocombustível. Lula reconheceu que o etanol brasileiro está sob uma campanha difamatória que, por vezes, acontece dentro do próprio País. "Mas é uma guerra necessária e o Brasil tem de entrar nela preparado", afirmou.

"Essa difamação é de todo mundo, inclusive nossa, no Brasil. Eu tenho dito que cada vez que falarmos qualquer coisa agora precisamos saber como isso vai ser usado contra nós na OMC (Organização Mundial do Comércio). O Brasil hoje não é um coadjuvante na política comercial mundial. É hoje um exportador principal de vários produtos. Na medida em que começa a ser um artista principal, começa também a ser muito mais visado e as pessoas começam a bater. Não temos que ficar nervosos", disse.

Em Roma desde sábado (31), o presidente recebeu a imprensa brasileira para uma conversa na embaixada brasileira e, mais uma vez, fez a defesa do que tem sido um de seus assuntos preferidos. O presidente abre nesta segunda-feira (1°), com seu discurso, a Conferência de Cúpula do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), na sigla em inglês, onde a questão da inflação mundial dos alimentos será debatida e, mais uma vez, os biocombustíveis deverão ficar sob o fogo cerrado das acusações de serem responsáveis por boa parte da subida nos preços. Lula será, provavelmente, a voz dissonante na defesa do etanol, já que nem países interessados diretamente, como os africanos ou caribenhos, empenharam-se em entrar na briga.

"O que não podemos é nos curvar diante das críticas que alguns fazem quando por trás há interesses eminentemente econômicos e comerciais. Eu acho importante abrir o debate nesse momento que o Brasil é auto-suficiente em petróleo. Se a gente não fosse, era porque o Brasil não tinha, mas nós agora temos, e temos de sobra. É nesse momento que o mundo tem que ser responsável", cobrou. "Não quero paixão, emoção. Quero razão, quero que tenhamos chance de mostrar que estamos certos e eles errados e que então adotem o que estamos fazendo. Esse é o debate do momento e o Brasil tem que fazê-lo com a grandeza de conhecimento que tem. Nesse assunto o Brasil não é pequeno, é muito grande", afirmou. (Fonte: Estadão Online)

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