quinta-feira, 5 de junho de 2008

EUA duvidam de acordo sobre biocombustíveis em cúpula da FAO

O Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Ed Schafer, afirmou na quarta-feira (4) duvidar que a cúpula sobre a crise de alimentos da Organização das Nações Unidas em Roma produza um "acordo positivo" sobre biocombustíveis. Ele ainda previu problemas com a declaração final da reunião.

"Duvido que haverá um acordo positivo sobre biocombustíveis", disse ele a repórteres quando questionado se esperava que a declaração da cúpula, que ainda está sendo negociada, contenha um acordo global sobre a questão.

Os EUA e o Brasil passaram grande parte da reunião, convocada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), defendendo suas indústrias de biocombustíveis.

Críticos dizem que utilizar grãos e oleaginosas para produzir combustíveis eleva os preços das commodities e encarece os alimentos, no momento em que as agências de ajuda alertam que mais 100 milhões de pessoas correm o risco de se juntar às 850 milhões que já passam fome no mundo.

Os EUA, líder em etanol de milho, e o Brasil, maior produtor mundial de álcool à base de cana-de-açúcar, afirmam que é importante diversificar as fontes energéticas no momento em que os preços do petróleo também estão altos e existe uma pressão por combustíveis renováveis.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou na terça-feira (3) que o etanol de milho dos EUA é um exemplo de um tipo prejudicial de biocombustível "alimentado por subsídios e protegido por barreiras tarifárias", ao contrário do álcool brasileiro.

Schafer, que havia afirmado que seu país não está recebendo reconhecimento suficiente por ser o maior doador do mundo de ajuda alimentar, também disse que existem problemas com a declaração da cúpula, que será divulgada na quinta-feira (5).

"Não são os Estados Unidos, muitos países estão insatisfeitos com a declaração. Parece haver muito esforço para chegar a um consenso sobre a linguagem. Como sempre, questões políticas estão começando a entrar na briga", disse ele. (Fonte: Estadão Online)

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