segunda-feira, 12 de maio de 2008

Uma ferramenta para estimar as emissões corporativas de gases de efeito estufa

O Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, World Resources Institute - WRI, World Business Council for Sustainable Development - WBCSD e Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS, lança no dia 12 de maio o Programa Brasileiro de Inventário Corporativo de Gases de Efeito Estufa, com a metodologia do Greenhouse Gas Protocol

As grandes empresas brasileiras reconhecem as oportunidades de uma produção de baixo carbono e sabem que, para aproveitá-las, é preciso inovação tecnológica e cultural, mas não sem antes conhecer o perfil de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE). Em breve, elas terão à disposição a metodologia internacional mais usada por empresas para compreender, quantificar e gerenciar suas emissões – o Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol).

A metodologia é o pilar do Programa Brasileiro ‘GHG Protocol’ de inventário corporativo de GEE, que o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, o World Resources Institute (WRI), o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), lançam no dia 12 de maio, em Brasilia. A iniciativa conta com o apoio financeiro da Embaixada Britânica e da agência de cooperação americana USAID. Participarao do evento de lancamento a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e altos dirigentes das instituições envolvidas e de empresas que aderirem ao programa.

O Programa Brasileiro ‘GHG Protocol’ tem como principal objetivo desenvolver a capacidade técnica e institucional para auxiliar o gerenciamento das emissões de gases de efeito estufa através da disseminação de metodologia de inventário dessas emissões e publicação dos dados correspondentes, bem como treinamento de empresas e organizações para sua utilização.

As empresas e instituições que aderirem ao Programa receberão apoio – metodologia e ferramentas customizadas – para desenvolver inventários de emissão e para elaborar relatórios. “O objetivo é criar no Brasil a cultura do inventário de emissões de GEE entre as empresas”, afirma Rachel Biderman, coordenadora-adjunta e responsável pelo programa de Mudanças Climáticas do Gvces.

Para Thelma Krug, Secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, o Programa GHG Protocol tem o apoio do MMA pois provê uma opção, para empresas e instituições públicas, para a elaboração voluntária de seus inventários de gases de efeito estufa, incluindo orientação técnica e assegurando a abrangência adequada para estimativa de emissões de forma completa, consistente e transparente. Segundo Thelma, “o Programa provê também opções para o gerenciamento adequado das informações contidas nos inventários, permitindo com que os usuários implementem ações e medidas para reduzir as suas emissões líquidas de gases de efeito estufa”.

O GHG Protocol já é usado por algumas empresas nacionais, como Natura, Petrobras, Bradesco e Votorantim, e faz parte de programas semelhantes em outros países, como na Índia, China, México e Filipinas, em iniciativa realizada pelo WRI – World Resources Institute.

De acordo com Manish Bapna, Diretor do WRI, em Washington, D.C. : “Esse programa permitirá que o governo e as empresas construam as bases para a promoção da gestão dos gases de efeito estufa. Não é possível gerenciar, sem antes medir`.

O lançamento oficial em Brasília é a primeira etapa do Programa. Ao longo do projeto serão elaborados treinamentos para as empresas que aderirem à iniciativa sobre a aplicação da metodologia e elaboração de inventários que devem ser publicados ao final do projeto.

De acordo com a coordenadora da Câmara Técnica de Mudanças do Clima do CEBDS, Marina Grossi, as grandes empresas brasileiras reconhecem as oportunidades de uma economia de baixo carbono e sabem que, para aproveitá-las, é preciso inovação e governança.

- Mas para isso é fundamental conhecer em detalhes a própria pegada quanto às emissões de gases de efeito estufa (GEE) - afirma Marina Grossi, explicando que o GHG Protocol é uma ferramenta internacional mais usada por empresas para compreender, quantificar e administrar as emissões.

As empresas que aderiram à iniciativa e são membros fundadores do Programa Brasileiro ‘GHG Protocol’ são: Anglo American, ArcelorMitall, Banco do Brasil, O Boticário, Bradesco, CNEC Engenharia, Copel, Natura, Nova Petroquímica, Petrobras, Sadia, Votorantim e Wal-Mart.


Fonte: Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV

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