segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mudança climática será como uma terceira guerra mundial para Bolívia, Colômbia, Equador e Peru

Mudança climática será como uma terceira guerra mundial para Bolívia, Colômbia, Equador e Peru O secretário geral da Comunidade Andina de Nações, o equatoriano Freddy Ehlers, disse que a mudança climática equivalerá a “uma terceira guerra mundial”. A mudança climática poderia custar cerca de 30 bilhões de dólares anuais até 20025 à Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, segundo um informe científico sobre o tema apresentado sexta-feira (09/05) pela Comunidade Andina (CAN) em Lima.

A Bolívia, com uma perda de 7,5% de seu PIB poderia ser o mais afetado dos quatro países, seguido por Equador, com uma perda de 6,2% derivada do fenômeno. Colômbia e Peru poderiam perder, entretanto, 4,5% e 4,4% de seus PIBs, respectivamente, segundo o estudo coordenado pelo ex-ministro peruano da Agricultura Carlos Amat y León.

O informe Mudança Climática não tem Fronteiras detalha que as perdas se concentrarão na agricultura, saúde, disponibilidade de água e acesso a recursos energéticos.

O secretário geral da CAN, o equatoriano Freddy Ehlers, disse que a mudança climática equivalerá a uma “terceira guerra mundial” em que os países terão “um inimigo que não podemos combater: os ciclones, chuvas torrenciais e as secas”.

Segundo Ehlers, o atual modelo de desenvolvimento é incompatível com a sustentabilidade do planeta, pelo que é necessário definir um novo modelo, que garanta o desenvolvimento integral do ser humano e sua relação harmônica com a natureza.

Entretanto, o secretário da CAN considerou que os quatro países que formam o bloco têm uma vantagem em seus bosques tropicais, que poderiam servir-lhes para receber aportes dos países industrializados. "É uma fonte fundamental de negociação dos países andinos com a comunidade internacional”, apontou.

Amat y León por sua parte enfaztiou que os efeitos da mudança climática já começaram. “No quinqüênio 2002-2006 as inundações, secas, deslizamentos, geadas, alagamentos, duplicaram em comparação ao quinqüênio 1987-1991. Não existe uma só província dos países da CAN que não tenha sido afetado pelo menos uma vez por um desastre hidrometeorológico desde 1997”.

O expert indicou que o fenômeno será especialmente destrutivo para os países andinos se a temperatura aumentar mais de dois graus centígrados, pois “a amazônia poderia começar a colapsar e as geleiras acelerariam seu degelo afetando a oferta hídrica”.

Ainda que não chegue a esse extremo, até 2020 já pode haver uma notável perda de água para o consumo humano pelo degelo dos Andes, situação que afetará especialmente a cidades como Quito, Lima e La paz, indicou Amat y León.

O informe foi apresentado a uma semana da realização em Lima da V Cúpula de Chefes de Estado e Governo da América Latina, Caribe e União Européia, em que a mudança climática será um dos pontos a abordar, junto com a luta contra a pobreza.

Publicado no La Tercera, do Chile. Tradução de Ulisses Nenê para a EcoAgência.

Fonte: Ecoagência

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