quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pede demissão

Por Redação da Ecoagência

Ministra que há poucos dias foi aclamada durante a Conferência Nacional do Meio Ambiente ainda não explicou os motivos da demissão.

Porto Alegre, RS - Passados apenas três dias de uma Conferência exitosa, onde ela foi aclamada para ser presidente do Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entregou no início da tarde desta terça-feira (13), ao Palácio do Planalto, sua carta de demissão. Segundo os assessores diretos, a carta da ministra é em caráter irrevogável. O Planalto ainda não confirmou o recebimento da mesma.

No último dia 7, Marina Silva abriu a III Conferência Nacional do Meio Ambiente comentando a política dos biocombustíveis. Ela reconheceu que existe riscos de a produção de alimentos ser prejudicada com a produção de biocombustíveis. No entanto, garantiu que isso vai ser contornado com o zoneamento agrícola do país, que está sendo elaborado em conjunto pelos ministérios do Meio Ambiente e Agricultura, e o zoneamento ecológico ambiental. “Temos que fazer o gerenciamento agrícola e o gerenciamento ecológico-econômico, não plantar cana na Amazônia, produzir com sustentabilidade econômica, ecológica, ética e política”, enfatizou em seu pronunciamento.

O discurso da ministra foi antecedido pela saudação do secretário de Meio Ambiente da CUT, Temístocles Marcelos, que apontou a ministra como candidata ideal à presidência da República, sugestão aplaudida com entusiasmo pela platéia, de cerca de 3 mil pessoas.

Muito ligada ao líder seringalista Chico Mendes (assassinado em dezembro de 1988), Marina Silva assumiu o Ministério do Meio Ambiente, na posse de primeiro mandato do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro de 2003. Durante sua gestão houve vários conflitos com o Planalto e com outros ministérios, principalmente com o da Agricultura, na época em que era comandado por Roberto Rodrigues. Enquanto o Ministério da Agricultura defendia o plantio de sementes transgênicas, o Ministério do Meio Ambiente era um claro opositor a essa medida.

Filiada ao PT desde 1985, Marina Silva tem longa militância nos movimentos populares. Em 1984, já considerada como uma das líderes dos seringueiros, ajudou a fundar a CUT no Acre. Ela foi vice-coordenadora da entidade, ao lado de Chico Mendes, eleito coordenador. Em 1988 ela elegeu-se vereadora por Rio Branco e, em 1990, foi eleita deputada estadual. Nos anos de 1994 e 2002 foi eleita para o Senado Federal.

Da redação da EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais.

(Envolverde/Ecoagência)

Nenhum comentário: