quinta-feira, 8 de maio de 2008

Desmatamento na Amazônia cai 80% com operação da PF

Brasília - O desmatamento na Amazônia sofreu uma redução de 80%, de fevereiro a março deste ano, com a Operação Arco de Fogo, desencadeada pela Polícia Federal - considerada a maior ação do tipo, incluindo o combate à extração e comercialização ilegal de madeira nos estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso.

O dado foi divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), baseado nos levantamentos no Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter). São os primeiros números divulgados pelo INPE, desde o início da operação. A principal queda ocorreu em Mato Grosso - 82,4% a menos no índice de devastação de novas áreas dentro do bioma.

Até o momento, foram apreendidos na região 15.500 metros cúbicos de madeira, o correspondente a cerca de quatro mil caminhões cheios, além de 19 motosserras, dez armas e 95 veículos. Foram instaurados 124 processos, presas 86 pessoas e destruídos 830 fornos.
A operação continua e será ampliada, para a verificação dos planos de manejo das propriedades rurais locais, com um incremento nas ações de apuração e repressão, tanto do desmatamento quanto dos crimes correspondentes.

De acordo com o Coordenador Nacional da Arco de Fogo, Álvaro Palharini, estão sendo realizados todos os esforços para a liberação dos recursos necessários à implantação da segunda fase da operação, em que serão instaladas nove bases terrestres e uma fluvial nas vias de acesso à floresta. “Serão 24 horas de trabalho, com 100% de fiscalização dos caminhões. Paralelamente a isso, as equipes estarão no entorno, investigando todos os crimes correlatos”.

Permanente – A Operação Arco de Fogo tem caráter permanente e conta com a participação de vários órgãos públicos (Polícia Federal, Ibama, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, além das forças de segurança estaduais). São 1.070 servidores, que atuam em barreiras de repressão montadas em pontos estratégicos dos três estados.

A Operação vem impedindo que madeireiras e carvoarias clandestinas continuem a atuar em desacordo com a lei. Além do fechamento dos estabelecimentos que atuam de maneira clandestina, a madeira extraída ilegalmente da floresta está sendo apreendida e removida do local – com o apoio dos Governos estaduais. Antes, mesmo apreendida, a madeira era comercializada.

A presença do Estado na região tem como efeito também prevenir os crimes decorrentes da exploração ilegal da floresta, como a corrupção de servidores. Com essa operação o governo federal troca o caráter episódico de atuação pelo de permanência - perfil do crime, a cada vez que a força policial se retira do local.

A estratégia do governo federal é estar mais presente, porque, a partir da derrubada da madeira, se desencadeia uma seqüência de violência de toda ordem, que passa por homicídios e corrupção.


(Envolverde/Ministério da Justiça)

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