“O momento é crítico, segundo eles, uma vez que China, Índia e outras nações em desenvolvimento marcham com imprudência em direção ao mundo moderno de carros e consumo elétrico no seu modo para se tornarem produtores dominantes de gases do efeito estufa nas décadas que virão”, escreve o jornalista Andrew C. Revkin, em reportagem no The New York Times, lembrando que a China constrói, em média, uma grande usina de queima de carvão por semana.
“Não há dúvidas de que inovações tecnológicas são necessárias. A questão é em qual grau as políticas devem se focar para motivar diretamente tais inovações?”, afirma Pielke Jr ao The New York Times.
“Claro que precisamos de investimentos agressivos em P&D. Eu sou um que argumento isto há duas décadas”, afirma Joseph Romm, um blogueiro climático e integrante sênior do Centro para o Progresso Americano, um grupo sem fins lucrativos que incentiva legislações federeis para restringir os gases do efeito estufa no país.
No seu blog climateprogress.org , Romm defende que se não começar a se usar agressivamente as tecnologias que existem hoje, todas as novas tecnologias do mundo não irão prevenir uma catástrofe.
Outro cientista ouvido pelo jornal The New York Times foi Adil Najam, da Universidade de Boston. “Você pode fazer algo tremendo com as tecnologias disponíveis. É verdade que isto não será suficiente para selar o problema, mas isto será algo muito significante e provavelmente diferente”, disse Najam, um dos autores do relatório do IPCC.
União Européia e o debate tecnológico
A União Européia, por exemplo, discute hoje como promover e financiar tecnologias de baixa emissão de carbono. Tecnologias de captura e estocagem de carbono (CCS) estão no centro dos debates, assim como um consenso que vem emergindo no ciclo de políticas energéticas de que os combustíveis fósseis, e notavelmente o carvão, terão um papel central no mix energético da Europa.
As tecnologias, contudo, são caras e as autoridades públicas relutam para cobrir os custos necessários para estimular o desenvolvimento de tecnologias CCS. O setor privado, por outro lado, não espera cobrir os custos iniciais e pede grandes incentivos dos cofres públicos.
As indústrias são muito boas no desenvolvimento de tecnologia, mas se você olhar para as grandes inovações que ocorrem no século 21, a iniciação e a inovação, em quase todos os casos, vem de gastos governamentais com pesquisas. Uma vez que as concepções já estão lá, a indústria vem e lucra com isto. Porém eles não são bons em começar o processo”, disse Wigley.
A tecnologia de CCS é uma das apontadas por Sachs como promissora, juntamente com os carros híbridos plug-in e as usinas de geração solar termoelétrica. “Cada uma exigirá uma combinação de fatores para obter sucesso: mais pesquisas científicas aplicadas, mudanças importantes de regulamentação, infra-estrutura apropriada, aceitação pública e investimentos nos altos custos iniciais. Uma falha em um ou mais destes pontos pode matar a tecnologia”, alerta.
Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil com informações da Nature, The New York Times, EurActiv e The Christian Science Monitor
Fonte: CarbonoBrasil
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