Baseado nos resultados da pesquisa via internet realizada com 3.703 pessoas, a Point Carbon produziu o relatório ‘Carbon 2008 - Post-2012 is now’ onde apresenta um panorama sobre o mercado de carbono em 2007, as previsões para 2008 e as perspectivas para o que resta do primeiro período de Quioto e para o pós-2012. Os resultados da pesquisa foram complementados por análises da consultoria européia, líder mundial em análises sobre o mercado de carbono.
Cerca de 70% dos entrevistados acreditam que existirá um acordo climático pós-2012, dentre os quais 80% confiam que ele será firmado mesmo sem a participação dos Estados Unidos e 60% acham que o país participará. Curiosamente, mais de 75% consideram que o Canadá também participará, apesar de atualmente o país estar longe de alcançar as metas de Quioto.
“O mercado de carbono global está consolidado num período de crescente aumento da atenção para as mudanças climáticas”, traz o relatório. No ano passado, o mercado alcançou um recorde, passando dos 1,6 bilhões de toneladas em 2006 para 2,7 bilhões. O total comercializado aumentou 64%. O Esquema Europeu de Comércio de Emissões (EU ETS) ainda domina o mercado, representando 62% do volume total comercializado, seguido pelas negociações de créditos de projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que contabilizam 35% (sendo 22% no mercado primário e 13% no secundário).
Para cumprir as regras de Quioto, as empresas dizem combinar abatimento interno, comércio, neutralização e mudanças nos padrões de produção. No entanto, segundo a Point Carbon, as emissões verificadas não mostram abatimentos de larga escala no EU ETS, com emissões ainda altas em todos os setores.
Apesar disso, 71% das companhias representadas em uma pesquisa realizada no ano passado pela consultoria informaram que haviam implementado medidas de redução, principalmente relacionadas a mudanças de combustíveis e eficiência energética.
Pouco mudou na pesquisa deste ano. No ano passado, 65% das empresas disseram estar fazendo algo para reduzir as emissões. Neste ano, foram 62%. As duas pesquisas indicam que pelo menos dois terços das empresas do EU ETS estão envolvidas ou planejam reduzir emissões de alguma forma.
O preço do carbono ainda continua sendo um fator relevante nas decisões de investimentos para 73% das empresas que participam do EU ETS. Apenas 6% afirmaram que o preço do carbono não causa impacto em novos investimentos.
Na arena política, um avanço crucial no último ano foi a criação de iniciativas de comércio de emissões a nível estadual e federal nos Estados Unidos. “Mais importante ainda foi o projeto de lei Lieberman-Warner que está sob avaliação do Senado”, afirma o relatório.
O projeto sugere o estabelecimento de um esquema de comércio de emissões que cubra cerca de 75% das emissões de gases do efeito estufa nos Estados Unidos, com um limite 2,5 vezes maior do que a segunda fase do EU ETS, com a diminuição para cerca de 100 mt por ano em 2050. “Se isto se tornar realidade, este será o maior esquema de comércio de emissões do mundo”, afirma o relatório.
Mercado voluntário
O mercado voluntário, que nos primeiros três trimestres de 2007 movimentou 55 Mt de CO2e, deverá crescer fortemente. Cerca de 45% dos entrevistados acham que o mercado voluntário cresceu com mais maturidade no último ano. Por outro lado, apenas 10% o considera transparente.
Além disso, menos de 30% acham que este mercado produz reduções reais de emissões, enquanto que mais de 40% acreditam que ele traz riscos para a reputação do mercado obrigatório.
Grande parte das transações voluntárias foram realizadas nos Estados Unidos, onde mais de 30 Mt foram comercializadas em 2008, ou cerca de 60% do total. A Bolsa do Clima de Chicago (CCX) responde por metade deste volume, com o restante vindo de mercados corporativos voluntários e consumidores do mercado de varejo.
Acesse o relatório na íntegra, clicando aqui (em inglês) .
Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil
Fonte: CarbonoBrasil
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