quarta-feira, 23 de abril de 2008

ONU cobra ativismo das empresas contra o efeito estufa

As empresas devem estimular governos a promover mais ações contra o aquecimento global e não deixar um desaquecimento econômico global desviar os esforços para barrar as mudanças climáticas, disseram representantes da ONU nesta terça-feira (22).

Achim Steiner, diretor executivo do programa ambiental da ONU, disse que as empresas deveriam tomar a liderança na busca de soluções para o aquecimento global, mesmo no momento em que muitos países não se mostram dispostos a dar o primeiro passo nas negociações internacionais.

"As empresas sempre se gabaram de serem capazes de ler o futuro melhor que o governo. E eu penso que isso possa ser verdade", disse Steiner.

Ele estava falando em Cingapura na reunião Empresas pelo Meio Ambiente, organizada pelo Pnud, que reuniu mais de 500 executivos e especialistas em meio ambiente para discutir maneiras como as corporações podem ajudar a combater a mudança climática.

O evento foi co-organizado pelo Global Compact das Nações Unidas, programa que encoraja práticas comerciais responsáveis ambiental e socialmente. Georg Kell, chefe do programa, também disse que o setor privado deveria mostrar aos governos o caminho a seguir.

"As empresas podem mostrar que soluções são viáveis, que soluções são possíveis, e ainda preparar o terreno para os governos se tornarem proativos onde não têm sido", disse.

Ele disse que as tecnologias para aumentar a eficiência já estão dadas, mas que o mundo precisa explorar o sistema global de comércio para melhor difundir essas tecnologias. Ele citou algumas estimativas que dizem que o crescimento de consumo de energia poderia ser reduzido em 50% se o mundo aplicasse as tecnologias limpas em todos os lugares.

Kell também disse que, apesar dos "tempos turbulentos" em que o mundo está, governos e companhias têm que responder com grande comprometimento para a luta contra a mudança climática.

"Preços de energia e alimentos estão subindo muito. A perspectiva de uma recessão é bastante real em muitas partes do mundo", ele disse. "Eu também acredito que os problemas econômicos, desafios cíclicos, não vão atrasar essa agenda."

Kell disse que uma grande recessão econômica ofereceria mais oportunidades para empresas buscarem maneiras de maximizar a eficiência, através da introdução de novas tecnologias e mudando para abordagens de baixo carbono.

Steiner disse que as conversas conduzidas pelas Nações Unidas sobre o clima em Bangcoc, Tailândia, no início desse mês mostraram que as negociações climáticas internacionais estavam em "sua fase mais difícil" e que existem divisões profundas.

As discussões de Bangcoc visam concluir um pacto global pelo aquecimento global até o fim de 2009 para reduzir emissões de gases estufa. Os negociadores enfrentaram grandes divisões entre países ricos e em desenvolvimento sobre como acabar com os gases estufa. (Fonte: Estadão Online)

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