quarta-feira, 2 de abril de 2008

Brasil participa de Relatório Mundial sobre Mudanças Climáticas

Empresas do mundo todo, incluindo 75 brasileiras, têm até o fim de maio para responder às questões enviadas pelo Carbon Disclosure Project (CDP), entidade sem fins lucrativos, criada para avaliar as políticas corporativas de mudanças climáticas.

Na edição de 2008, o CDP convidou três mil empresas ao redor do mundo, incluindo cinco novas regiões geográficas (vide lista abaixo). Pela primeira vez o pedido de informação (disclosure) foi enviado para as 100 maiores empresas da China, país cuja economia cresce em níveis bastante elevados.

O CDP é o maior banco de dados sobre emissões de gases de efeito estufa no mundo. As respostas das empresas permitem ter uma dimensão precisa do total das emissões e analisar fatores que podem afetar o valor que as corporações têm no mercado. Também fazem parte da avaliação os fatores de risco e oportunidades em diversos aspectos: regulatórios (limites de emissões), físicos (impacto das alterações climáticas nas operações) e percepções do consumidor (reputação).

O Relatório CDP 6 será lançado mundialmente em setembro, na cidade de Nova Iorque. No Brasil, será apresentado, em meados de outubro, no Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, promovido pela Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP). As respostas das empresas que participaram das edições anteriores do projeto estão disponíveis no site da entidade (www.cdproject.net).

Sobre o CDP

Criado em 2000, o Carbon Disclosure Project (CDP) é uma entidade sem fins lucrativos, que conta com o suporte de 385 investidores institucionais, que gerenciam ativos de mais de US$ 57 trilhões. No Brasil tem como patronos ABRAPP e o Banco Real, além de 38 investidores signatários, como o Banco do Brasil, Previ, Petros, Anbid e Caixa Econômica Federal, entre outros.

Entre as empresas que receberam o pedido de disclosure estão a Petrobras, Vale, Braskem, Usiminas, Embraer, Itaú, entre outras. Dos 385 signatários globais, podem ser citados a Merrill Lynch, AXA, ANZ, Mitsubishi UFJ, AIG, Barclays, Grupo RBS e HSBC. Em 2007, das 57 corporações nacionais que receberam o questionário, quarenta e sete responderam aos investidores.

Para Giovanni Barontini, da Fábrica Ethica, que representa o CDP no País, “a adesão das empresas brasileiras é surpreendente, uma vez que em 2007, 82% das empresas responderam ao pedido e colocaram o país na condição de vice-líder no número de respostas”.

Barontini também destaca que a evolução do CDP mundialmente é reflexo da preocupação cada vez maior dos investidores, com relação ao impacto que as atividades das empresas nas quais investem podem provocar no meio ambiente. “A marca de US$ 57 trilhões de ativos gerenciados demonstra que as questões de mudanças climáticas estão intimamente ligadas às decisões de investimentos e à governança corporativa das empresas”, diz.

O presidente da ABRAPP, Reginaldo Camilo, acredita que o “engajamento das empresas no CDP é essencial para a tomada de decisão dos investidores na hora de alocar seus recursos. Só o mercado de previdência complementar fechada no Brasil administra ativos que giram em torno de 17% do Produto Interno Bruto nacional e, por isso, este relatório é uma ferramenta extremamente importante e estratégica para os fundos de pensão. Com as análises obtidas, é possível decidir onde, como e quanto investir. Além do que, acreditamos que muitas empresas mudarão sua postura diante do mercado e dos impactos que suas atividades produzem tanto no meio ambiente quanto na economia”.

De acordo com Carlos Nomoto, superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Real, “está se criando uma nova dinâmica nos negócios globais. Hoje, além de olhar para o lucro, os investidores começam a questionar como esse resultado foi obtido. Fazer parte do CDP é uma ótima maneira de entender esse novo cenário e identificar oportunidades de negócios“.

Lista de empresas convidadas

· 500 das maiores empresas globais (Global 500)
· 500 das maiores empresas dos EUA (S&P 500)
· 350 das maiores empresas do Reino Unido (FTSE 350)
· 250 das maiores empresas de energia elétrica
· 200 das maiores empresas da Alemanha
· 200 das maiores empresas do Canadá
· 150 das maiores empresas do Japão
· 200 das maiores empresas da Austrália (ASX200)
· 50 das maiores empresas da Nova Zelândia (NZX50)
· 190 das maiores empresas da Região Nórdica
· 120 das maiores empresas da França (SBF120)
· 100 das maiores empresas da China
· 100 das maiores empresas do setor de transportes globais
· 200 das maiores empresas da Índia
· 80 das maiores empresas da Ásia
· 75 das maiores empresas do Brasil listadas no IBrX da Bovespa
· 100 das maiores empresas da Suíça (SOCI)
· 50 das maiores empresas na Holanda (AEX & AMX)
· 50 das maiores empresas da Coréia
· 40 das maiores empresas da América Latina (S&P Latin America 40)
· 100 das maiores empresas da África do Sul (JSE100)
· 40 das maiores empresas da Itália (S&P/MIB)
· 35 das maiores empresas da Espanha (Ibex 35)

Fonte: LVBA Comunicação

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