quinta-feira, 27 de março de 2008

Governo aumenta mistura do biodiesel no diesel

O CNPE (Comitê Nacional de Política Energética) aumentou de 2% para 3% a quantidade de biodiesel que deve ser adicionada ao diesel vendido nos postos brasileiros. A resolução, publicada no Diário Oficial de sexta-feira (14), prevê que o aumento passará a valer a partir de 1º de julho.

Desde o início do ano, é obrigatório que todo o diesel vendido no país tenha 2% de biodiesel - combustível produzido a partir de oleaginosas como soja, mamona, palma e girassol.

"Na medida em que antecipamos a mistura, estamos contribuindo para a saúde do meio ambiente. Estamos deixando de importar petróleo e com isso deixaremos de pagar um preço elevado, substituindo essa importação pelo biodiesel", declarou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

A modificação gerará uma demanda adicional de 420 milhões de litros, aumentando o consumo de biodiesel para 1,26 bilhão de litros. De acordo com o ministro, apesar de alguns especialistas alertarem que a produção de oleaginosas não seria suficiente no país, não houve problemas com a implantação do programa e não haverá com o aumento da demanda.
"Levamos muito tempo engatinhando no programa do álcool. Não podemos dizer que temos já um patamar de solução ideal para o biodiesel, mas estamos aperfeiçoando cada vez mais os procedimentos. Queremos exportar o biodiesel, quanto mais nós avançamos nessa direção, mais empregos nós geramos", afirmou.

De acordo com resolução anterior do CNPE, a mistura de biodiesel no óleo diesel deve chegar a 5% em 2013. Segundo Lobão, a idéia, porém, é antecipar a meta para 2010, em escalas. Ele informou que estão sendo feitos estudos para implantar o B4, ou seja, aumentar a quantidade de biodiesel para 4%.

Reunião - Lobão participou nesta sexta-feira de reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), composto por vários órgãos do setor, como Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), ONS (Operador Nacional do Sistema) e EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Lobão informou que o órgão não deliberou sobre o desligamento das térmicas que estão em funcionamento por causa da escassez de chuvas do início do ano e que a questão só deverá ser tratada na próxima reunião do conselho, no dia 27. O ministro disse que, na sua opinião, as térmicas deverão permanecer ligadas.

"Essa é a minha opinião, mas o CMSE é um órgão técnico e vai aconselhar a providência que for mais adequada, que poderá ser a suspensão das térmicas ou continuar despachadas, como é hoje", concluiu.

Na reunião de sexta-feira, o CMSE autorizou a Eletrosul a construir uma subestação de energia elétrica na cidade de Joinville (SC). Segundo Lobão, o consumo na cidade aumentou 14,8% e é necessário reforço para atender essa demanda. (Folha Online)

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