quinta-feira, 27 de março de 2008

Gordon Brown pode se opor ao plano da UE de aumentar cotas de biocombustíveis

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, pensa em opor-se ao atual plano da União Européia (UE) de elevar em 10% até 2020 a cota obrigatória de biocombustível que a gasolina e o diesel devem conter, publicou nesta terça-feira (25) o jornal britânico "The Guardian".

Para isto o líder trabalhista se apoiará no relatório de um dos assessores científicos do Governo, o professor Robert Watson, que afirma ser um erro fixar cotas obrigatórias antes de conhecer seus efeitos.

"Caso começássemos a usar os biocombustíveis e isto levasse a um aumento, ao invés de uma redução, dos gases do efeito estufa, seria uma loucura", afirma o cientista britânico, que assessora o Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente.

Segundo as novas normas européias sobre combustível para transporte a partir do dia primeiro de abril a gasolina e o diesel usados no Reino Unido e em outros países da UE deverão conter 2,5% de biocombustível.

Desta forma será garantido o cumprimento de uma determinação européia de 2003 que fixa em 5,75% para o ano de 2010 a parcela de biocombustível presente na gasolina e no diesel.

No entanto, os cientistas questionam cada vez mais a sustentabilidade dos biocombustíveis e afirmam que o desmatamento gerado por novos cultivos pode estar contribuindo para o aquecimento do planeta.

Ao alerta de Watson se junta o de David King, ex-principal assessor científico do Governo, que recomenda que não se fixe este tipo de cota até que sejam divulgados os resultados de um relatório atualmente em fase de elaboração.

"O que é necessário desesperadamente nos Governos são pessoas íntegras que expressem o ponto de vista da ciência independente das pressões políticas ou das circunstâncias", afirma King.

Segundo o "Guardian", o Governo britânico terá que atuar com prudência nesse tema já que o próprio presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, defende os 10% de biocombustíveis até 2020, embora existam outros países, como a Alemanha, que compartilham as preocupações britânicas. (Yahoo Brasil)

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