terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Qualquer novo desmatamento na Amazônia deve ser evitado, propõe Greenpeace

Mesmo os fazendeiros que legalmente ainda poderiam desmatar até 20% de suas propriedades na Amazônia deveriam ser estimulados pelo governo a não exercer este direito. A tese faz parte de proposta do Greenpeace para que o Brasil consiga zerar o desmatamento na região até 2015.

E prevê o estabelecimento de mecanismos financeiros que fortaleçam a capacidade do Estado de fiscalizar e monitorar, mas também de pagar compensação aos produtores legítimos que renunciem ao desmatamento.

“O desmatamento na Amazônia tem papel muito grande nas mudanças climáticas. É preciso parar”, afirmou o coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário. Segundo ele, já existem 700 mil quilômetros quadrados desmatados na Amazônia Legal, em floresta e cerrado.

Adário disse considerar positiva a intenção já manifestada pelo governo federal de cortar financiamentos para quem desmatou além do permitido pela lei. Mas ressalvou ser necessário um esforço de conscientização dos representantes bancários no interior: “Quem toma a decisão de conceder ou não financiamento não é o presidente de banco oficial, mas o gerente de agência em cidades do interior da Amazônia. Ele vai receber a visita de um fazendeiro pedindo empréstimo e, se não estiver bem informado, vai dar o financiamento – até porque precisa cumprir metas”.

Para o coordenador do Greenpeace, é "inegável" o envolvimento direto de órgãos de financiamento oficiais no fomento de atividades que destroem o meio ambiente: “Se o governo analisar a fundo, uma boa parte das atividades da Amazônia vai estar fora do alcance dos bancos e terá que ser cancelada.”

Adário disse ainda que o governo deveria apoiar atividades que levem em consideração a preservação da floresta, como a pesca de base familiar, que gera emprego e renda para muitas comunidades da Amazônia e hoje não recebe ajuda oficial.

“Os ribeirinhos precisam de condições de refrigeração adequada, de barcos, de tecnologia e treinamento ambiental, porque têm um índice de perda grande e competem com a escala industrial”, defendeu. (Agência Brasil)

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