Tempestades mais intensas, escassez de água, redução da produtividade agrícola e desaparição de numerosas praias do Caribe seriam alguns dos desastrosos efeitos do aquecimento global na América Latina, segundo um relatório divulgado na terça-feira (27).
O Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2007-2008, do Pnud - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, indicou também que esses efeitos podem provocar um grave retrocesso social numa região onde a pobreza já é endêmica e onde há pouca capacidade de manejo dos riscos climáticos.
"Os lares pobres se vêem obrigados a enfrentar as crises geradas pelo clima em circunstâncias desfavoráveis, situação que aprofundará as desigualdades econômicas e sociais e agravará as condições de privação em que vivem", disse o relatório divulgado em Brasília.
"Serão os pobres que sofrerão as piores consequências e quem terão de enfrentar esta crise com os escassos recursos que possuem", disse o texto, prevendo maior intensidade e tempestades tropicais e um aquecimento da água do mar.
"As regiões da América Central e Caribe são especialmente vulneráveis a estes fenômenos. O aumento de 50 centímetros no nível do mar provocaria a perda de mais de um terço das praias do Caribe", afirmou o trabalho, num alerta sobre os danos ao setor turístico.
Outro problema citado é a infiltração de água salgada na rede de abastecimento, o que obrigaria os governos a fazerem pesados investimentos em dessalinização.
O Pnud advertiu no relatório que o aquecimento global pode criar riscos à produção agrícola e à segurança alimentar da América Latina, por causa das mudanças nos regimes de chuvas e temperaturas, afetando a disponibilidade de água para os cultivos.
"Podem-se esperar perdas consideráveis na produtividade agrícola, o que terá efeitos negativos diretos na redução da pobreza", afirmou o texto.
Os alertas se baseiam em estudos sobre os efeitos de diferentes furacões nos últimos anos na América Central e Caribe, em que famílias rurais pobres foram as mais afetadas por perdas na safra e na renda.
Em relação ao Brasil, o relatório diz que o país é o quinto maior emissor mundial de gases do efeito estufa, especialmente por causa da devastação da Amazônia.
Disponibilidade de água em risco - O aquecimento global ameaça também a disponibilidade futura de água na região, devido particularmente ao degelo dos glaciais na zona andina.
"Os glaciares se derretem com rapidez no Peru e na Bolívia, e se projeta a desaparição daqueles localizados a baixa altitude em poucas décadas. O recuo dos glaciares ameaça diminuir a disponibilidade de água para milhões de pessoas", afirmou o Pnud.
No Peru, os glaciares fornecem 80 por cento da água consumida nas principais cidades.
Novos surtos de dengue, doença epidêmica em países como Brasil, Honduras, El Salvador e Venezuela, poderiam ocorrer por causa da mudança climática, chegando inclusive a regiões do continente hoje imunes à infecção.
O colapso dos ecossistemas marítimos também poderia provocar um sem-número de problemas, afetando desde a nutrição da população até o setor turístico.
O trabalho do Pnud propõe que os países em desenvolvimento recorram à cooperação internacional para a transferência e financiamento de novas tecnologias que ajudem a mitigar o impacto da mudança climática e recomenda aos países pobres incluir a adaptação ao aquecimento global em suas estratégias de redução da pobreza. (Estadão Online)
O Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2007-2008, do Pnud - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, indicou também que esses efeitos podem provocar um grave retrocesso social numa região onde a pobreza já é endêmica e onde há pouca capacidade de manejo dos riscos climáticos.
"Os lares pobres se vêem obrigados a enfrentar as crises geradas pelo clima em circunstâncias desfavoráveis, situação que aprofundará as desigualdades econômicas e sociais e agravará as condições de privação em que vivem", disse o relatório divulgado em Brasília.
"Serão os pobres que sofrerão as piores consequências e quem terão de enfrentar esta crise com os escassos recursos que possuem", disse o texto, prevendo maior intensidade e tempestades tropicais e um aquecimento da água do mar.
"As regiões da América Central e Caribe são especialmente vulneráveis a estes fenômenos. O aumento de 50 centímetros no nível do mar provocaria a perda de mais de um terço das praias do Caribe", afirmou o trabalho, num alerta sobre os danos ao setor turístico.
Outro problema citado é a infiltração de água salgada na rede de abastecimento, o que obrigaria os governos a fazerem pesados investimentos em dessalinização.
O Pnud advertiu no relatório que o aquecimento global pode criar riscos à produção agrícola e à segurança alimentar da América Latina, por causa das mudanças nos regimes de chuvas e temperaturas, afetando a disponibilidade de água para os cultivos.
"Podem-se esperar perdas consideráveis na produtividade agrícola, o que terá efeitos negativos diretos na redução da pobreza", afirmou o texto.
Os alertas se baseiam em estudos sobre os efeitos de diferentes furacões nos últimos anos na América Central e Caribe, em que famílias rurais pobres foram as mais afetadas por perdas na safra e na renda.
Em relação ao Brasil, o relatório diz que o país é o quinto maior emissor mundial de gases do efeito estufa, especialmente por causa da devastação da Amazônia.
Disponibilidade de água em risco - O aquecimento global ameaça também a disponibilidade futura de água na região, devido particularmente ao degelo dos glaciais na zona andina.
"Os glaciares se derretem com rapidez no Peru e na Bolívia, e se projeta a desaparição daqueles localizados a baixa altitude em poucas décadas. O recuo dos glaciares ameaça diminuir a disponibilidade de água para milhões de pessoas", afirmou o Pnud.
No Peru, os glaciares fornecem 80 por cento da água consumida nas principais cidades.
Novos surtos de dengue, doença epidêmica em países como Brasil, Honduras, El Salvador e Venezuela, poderiam ocorrer por causa da mudança climática, chegando inclusive a regiões do continente hoje imunes à infecção.
O colapso dos ecossistemas marítimos também poderia provocar um sem-número de problemas, afetando desde a nutrição da população até o setor turístico.
O trabalho do Pnud propõe que os países em desenvolvimento recorram à cooperação internacional para a transferência e financiamento de novas tecnologias que ajudem a mitigar o impacto da mudança climática e recomenda aos países pobres incluir a adaptação ao aquecimento global em suas estratégias de redução da pobreza. (Estadão Online)
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