O gado, aos poucos, morre de fome. Na região Sul, as baixas ultrapassam 500 animais, pelo cálculo do Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural.
Fabiano Barbosa da Fonseca perdeu 12 cabeças em 15 dias. As que restaram, são tratadas à base de silagem. “A renda acaba e a despesa aumenta. Aí, o prejuízo é certo”, diz o pecuarista.
A forte estiagem já dura seis meses. Sem alimento, o gado perde peso e a produção de leite fica comprometida. A maior cooperativa de laticínios do estado registra queda de 40% na produção.
A seca também revelou um novo cenário nas propriedades de café conilon. “As plantas já estão no ponto de florescerem, e a falta d´água vai prejudicar esse processo”, explica o técnico agrícola Luiz Henrique Caiado.
Em Presidente Kennedy, os prejuízos da agricultura chegam a 90%. Até o abacaxi, mais resistente à seca, dá sinais de enfraquecimento. “Eu tenho uma roça com 150 mil pés que está toda queimada. Eu acho que não compensa mais entrar com adubação, nada, nela, porque já comprometeu mesmo. Não tem mais jeito”, conforma-se o agricultor Dorlei Fontão.
É com tristeza que Erliete Couto olha sua lavoura de mandioca. Os pés deveriam estar com 1,5 metro de tamanho, mas não atingiram nem 50 centímeros. “Desanima, mas fazer o quê? Não tenho outra opção”, ela diz.
Nas fábricas de farinha, a situação já é de emergência. E na região, a segunda maior produtora de mandioca do estado, máquina parada é sinal de desemprego: normalmente, a atividade gera 300 empregos no município. Agora, pelo menos metade dos trabalhadores foi dispensada.
“Não fosse por causa da seca, isso aqui estaria cheio de gente, caminhão chegando. Mas desse jeito, fica assim”, diz Nestil Barreto, dono da casa de farinha.
Na região sul do Espírito Santo, quatro municípios decretaram situação de emergência por causa da seca.
Fonte: Portal G1, com informações do Globo Rural
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