quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Justiça social é melhor arma contra degradação do planeta, afirma Lula na ONU

Ao discursar na abertura da 62ª Assembléia-Geral da ONU - Organização das Nações Unidas, em Nova York (EUA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que somente será possível reduzir a destruição dos recursos naturais do planeta se a desigualdade entre os países ricos e pobres também for diminuída.

“O mundo, porém, não modificará sua relação irresponsável com a natureza sem modificar a natureza das relações entre o desenvolvimento e a justiça social. Se queremos salvar o patrimônio comum, impõe-se uma nova e mais equilibrada repartição das riquezas, tanto no interior de cada país como na esfera internacional. A equidade social é a melhor arma contra a degradação do planeta”, afirmou para líderes de 150 países.

Lula citou o programa Fome Zero um avanço brasileiro na área. Ele destacou que o país conseguiu cumprir, com dez anos de antecedência, a Meta do Milênio, estabelecida pela ONU, de reduzir pela metade a pobreza extrema. "Honramos o compromisso do programa Fome Zero ao erradicar esse tormento da vida de mais de 45 milhões de pessoas", disse.

"É inviável uma sociedade global marcada pela crescente disparidade de renda. Não haverá paz duradoura sem a progressiva redução das desigualdades", completou, lembrando que, em 2004, foi lançada ação global de combate à fome e pobreza, que permitiu a criação da central internacional de medicamentos. Conforme Lula, a central conseguiu reduzir em até 45% o preço de remédios contra a malária e tuberculose, destinados aos países pobres.

O presidente também citou ações do governo brasileiro para a preservação dos recursos naturais, como a queda do desmatamento na Amazônia e o uso de álcool combustível (etanol), que, segundo ele, evitou o lançamento de 644 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera nos últimos 30 anos. Lula voltou a rechaçar as críticas de que o plantio de cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol, coloque em risco a produção de alimentos.

“A cana-de-açúcar ocupa apenas 1% de nossas terras agricultáveis, com crescentes índices de produtividade. O problema de fome no planeta não decorre da falta de alimentos, mas da falta de renda. É plenamente possível combinar biocombustíveis, preservação ambiental e produção de alimentos”, disse.

Lula aproveitou a assembléia para convidar as lideranças a participarem da conferência internacional sobre os combustíveis alternativos que será realizada em 2008, no Brasil. (Agência Brasil)

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