quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Aquecimento global ameaça saúde pública, afirmam especialistas

O impacto do aquecimento global sobre as doenças contagiosas se tornará um desafio muito complexo de saúde pública no mundo, consideraram especialistas reunidos em Chicago (EUA). O tema foi incluído pela primeira vez nos discursos de abertura da Conferência Anual sobre Agentes Antimicrobianos e Quimioterapia (ICAAC), na noite de segunda-feira (17).

Organizada pela Sociedade Americana de Microbiologia, esta é a 47ª edição do evento, que reúne cerca de 12 mil médicos e pesquisadores de todo o mundo.

"O fato de o tema ter grande destaque no programa desta conferência revela sua importância", disse Anthony McMichael, do Centro Nacional de Epidemiologia e Saúde da População da Universidade de Canberra (Austrália). "Há alguns anos, provavelmente não o teríamos abordado, mas os indícios mostram que o aquecimento global aumenta mais rapidamente do que pensávamos há apenas cinco ou dez anos", acrescentou.

O tema é complexo e exige que sejam reunidos o mais rápido possível os dados para a elaboração de modelos baseados na evolução das doenças durante as últimas décadas para que se compreenda bem o risco futuro, acrescentou o especialista.

Um exemplo são os casos de vírus do Nilo Ocidental, que aumentaram exponencialmente nos Estados Unidos e no Canadá desde 1999, à medida que as mudanças climáticas permitem que o mosquito transmissor da doença se multiplique.

Um modelo elaborado para projetar a evolução da malária na África Ocidental mostrou que a incidência da doença provavelmente diminuirá nessa região à medida que ela se torna cada vez mais quente e seca, o que contém o desenvolvimento do mosquito transmissor do patógeno causador do mal. (Folha Online)

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