Negociadores climáticos de mais de 150 países se reuniram na segunda-feira (28) em Viena com apelos por um novo acordo global a partir de 2012, em substituição ao Protocolo de Kyoto, que inclua grandes poluidores atualmente excluídos, como EUA e China.
"A mudança climática já é uma realidade dura, um enorme obstáculo ao desenvolvimento", disse o ministro austríaco do Meio Ambiente, Josef Proell, na cerimônia de abertura do evento, do qual participam mais de mil autoridades, ativistas e especialistas.
"A mudança climática é um enorme desafio que só pode ser enfrentado em um nível global. Não temos muito tempo", alertou.
Ativistas do Greenpeace, que se queixam da lentidão nas negociações, fizeram uma manifestação em frente ao centro de convenções de Viena com um balão gigante e fantasiados como olhos gigantes, que diziam: "O mundo está de olho."
A reunião, que acontece até sexta-feira (31), deve abrir caminho para um acordo entre os ministros de Meio Ambiente que vão se reunir em dezembro em Bali (Indonésia) para iniciar os dois anos de discussões em torno de um novo tratado contra o aquecimento.
O atual, chamado Protocolo de Kyoto, obriga 35 países industrializados a reduzirem seus níveis de emissões de gases do efeito estufa, entre 2008 e 2012, para 5 por cento abaixo dos níveis de 1990.
Os EUA são os maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa, mas abandonaram o tratado, alegando que ele lhe traria prejuízos econômicos e que excluía injustamente grandes países em desenvolvimento como China e Índia.
O governo Bush demonstra nos últimos meses, porém, disposição em negociar um novo tratado, que tenha abrangência mundial e seja de mais longo prazo. Bush convocou um encontro dos maiores emissores de gases para 27 e 28 de setembro.
"Os resultados vão alimentar o processo na ONU", disse Harlan Watson, negociador-chefe para o clima da ONU, rejeitando os temores de alguns delegados de que Bush planeja um acordo paralelo.
Ação contra mudança - Yvo de Boer, principal funcionário da ONU para questões climáticas, disse haver nos últimos meses "muitos sinais encorajadores dando impulso para uma ação contra a mudança climática", como a promessa feita por Bush de buscar "cortes substanciais" nas emissões.
"Bush pegou o touro pelos chifres e a pergunta agora é aonde o sr. Bush e o touro vão?", perguntou.
Relatórios da ONU neste ano culparam a humanidade pelo aquecimento global nos últimos 50 anos. A previsão é de um cenário pior com enchentes, secas, ondas de calor e elevação nos níveis dos oceanos.
O funcionário da ONU defendeu ainda os países em desenvolvimento, como China e Índia, das críticas de que eles estão fazendo muito pouco para frear suas crescentes emissões de gases. "Há esse mito de que os países em desenvolvimento não estão fazendo nada", disse de Boer.
Proell, o anfitrião austríaco, citou as monções no sul da Ásia e os incêndios decorrentes da seca e do calor na Grécia como novos sinais de como pode ser o clima no futuro.
"Hoje, o maior problema do mundo é o problema da mudança climática", disse Monyane Moleleki, ministro do Meio Ambiente do Lesoto, país africano onde as secas vêm se tornando mais freqüentes.
Moleleki elogiou a União Européia por sua promessa de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 20 por cento até 2020, e disse que outros países também deveriam preparar metas de longo prazo.
Mas ambientalistas dizem que a redação mundial está além das promessas. Bill Hare, do Greenpeace, afirmou que muitos governos estão falando da necessidade de que a reunião de Bali adote um "mapa" em termos vagos para a criação de novos compromissos. Segundo ele, os governos precisam aceitar um "mandato" mais firme para negociar um tratado que seja de cumprimento obrigatório.
"Pela primeira vez, vamos começar a discutir números específicos", disse Leon Charles, de Granada, que chefia um grupo que examina novos cortes entre os partidários de Kyoto.
(Estadão Online)
"A mudança climática já é uma realidade dura, um enorme obstáculo ao desenvolvimento", disse o ministro austríaco do Meio Ambiente, Josef Proell, na cerimônia de abertura do evento, do qual participam mais de mil autoridades, ativistas e especialistas.
"A mudança climática é um enorme desafio que só pode ser enfrentado em um nível global. Não temos muito tempo", alertou.
Ativistas do Greenpeace, que se queixam da lentidão nas negociações, fizeram uma manifestação em frente ao centro de convenções de Viena com um balão gigante e fantasiados como olhos gigantes, que diziam: "O mundo está de olho."
A reunião, que acontece até sexta-feira (31), deve abrir caminho para um acordo entre os ministros de Meio Ambiente que vão se reunir em dezembro em Bali (Indonésia) para iniciar os dois anos de discussões em torno de um novo tratado contra o aquecimento.
O atual, chamado Protocolo de Kyoto, obriga 35 países industrializados a reduzirem seus níveis de emissões de gases do efeito estufa, entre 2008 e 2012, para 5 por cento abaixo dos níveis de 1990.
Os EUA são os maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa, mas abandonaram o tratado, alegando que ele lhe traria prejuízos econômicos e que excluía injustamente grandes países em desenvolvimento como China e Índia.
O governo Bush demonstra nos últimos meses, porém, disposição em negociar um novo tratado, que tenha abrangência mundial e seja de mais longo prazo. Bush convocou um encontro dos maiores emissores de gases para 27 e 28 de setembro.
"Os resultados vão alimentar o processo na ONU", disse Harlan Watson, negociador-chefe para o clima da ONU, rejeitando os temores de alguns delegados de que Bush planeja um acordo paralelo.
Ação contra mudança - Yvo de Boer, principal funcionário da ONU para questões climáticas, disse haver nos últimos meses "muitos sinais encorajadores dando impulso para uma ação contra a mudança climática", como a promessa feita por Bush de buscar "cortes substanciais" nas emissões.
"Bush pegou o touro pelos chifres e a pergunta agora é aonde o sr. Bush e o touro vão?", perguntou.
Relatórios da ONU neste ano culparam a humanidade pelo aquecimento global nos últimos 50 anos. A previsão é de um cenário pior com enchentes, secas, ondas de calor e elevação nos níveis dos oceanos.
O funcionário da ONU defendeu ainda os países em desenvolvimento, como China e Índia, das críticas de que eles estão fazendo muito pouco para frear suas crescentes emissões de gases. "Há esse mito de que os países em desenvolvimento não estão fazendo nada", disse de Boer.
Proell, o anfitrião austríaco, citou as monções no sul da Ásia e os incêndios decorrentes da seca e do calor na Grécia como novos sinais de como pode ser o clima no futuro.
"Hoje, o maior problema do mundo é o problema da mudança climática", disse Monyane Moleleki, ministro do Meio Ambiente do Lesoto, país africano onde as secas vêm se tornando mais freqüentes.
Moleleki elogiou a União Européia por sua promessa de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 20 por cento até 2020, e disse que outros países também deveriam preparar metas de longo prazo.
Mas ambientalistas dizem que a redação mundial está além das promessas. Bill Hare, do Greenpeace, afirmou que muitos governos estão falando da necessidade de que a reunião de Bali adote um "mapa" em termos vagos para a criação de novos compromissos. Segundo ele, os governos precisam aceitar um "mandato" mais firme para negociar um tratado que seja de cumprimento obrigatório.
"Pela primeira vez, vamos começar a discutir números específicos", disse Leon Charles, de Granada, que chefia um grupo que examina novos cortes entre os partidários de Kyoto.
(Estadão Online)
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