sexta-feira, 6 de julho de 2007

Venezuela admite produzir energia nuclear em 10 anos

A diplomacia venezuelana admite que o país poderá ter uma planta de energia nuclear nos próximos dez anos. Em declarações ao Estado, o diretor do Departamento de Assuntos Multilaterais da chancelaria da Venezuela, Ruben Dario Molina, confirmou que Caracas tem planos de desenvolver uma planta. Mas garante: "Será apenas para o uso pacífico de energia".

Na semana passada, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez afirmou que não descartava a opção nuclear para o país, durante sua visita a Moscou. "No futuro, Caracas também poderá seguir nesta direção (nuclear)", afirmou.

Segundo a diplomacia venezuelana, o plano não será implementando no curto prazo, mas de fato existe entre os formuladores da política energética do país a convicção da necessidade de se pensar na construção de uma planta nos próximos anos. A avaliação de Caracas é de que precisam diversificar suas fontes de energia, apesar de ter amplas reservas de petróleo e gás. A Venezuela está hoje entre os maiores fornecedores de petróleo aos Estados Unidos e, com os recursos gerados pela alta no preço do barril, está financiando não apenas suas despesas internas, como pagando por iniciativas em outros países. Só na África, os venezuelanos destinaram mais de US$ 16 milhões em projetos de cooperação.

Para garantir que isso seja uma opção real, a Venezuela não perde a oportunidade de assinar contratos de transferência de tecnologia com vários países. Mas em um deles - com o Irã - certas desconfianças foram criadas, inclusive dentro do Itamaraty.

O Estado obteve um telegrama interno da chancelaria em que ficava claro que a embaixada do Brasil em Teerã questionou os venezuelanos sobre a natureza dos acordos com o Irã.

Quanto ao projeto nuclear, Caracas acredita que pode já contar com uma usina em pleno funcionamento "bem antes" de 2020. Uma das vantagens, segundo a diplomacia venezuelana, é o fato de o país contar com reservas de urânio.

Dados oficiais do governo estimam que as reservas seriam de 50 mil toneladas. Caracas garante, porém, que atualmente não tem a capacidade de enriquecer o material.

Estadão Online

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