segunda-feira, 9 de julho de 2007

Relatório do IPCC é verídico "até que se prove o contrário", diz secretária de Mudanças Climáticas

Mudanças climáticas ocasionadas principalmente por causas naturais são uma coisa do passado. Desde que teve início a era industrial, o homem tem tido papel relevante nesse processo, provocando emissão de gases poluentes. Assim a secretária nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Thelma Krug, respondeu os questionamentos do meteorologista Luiz Molion sobre o quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês). Para ela, o estudo é verídico “até que se prove o contrário”.

Molion afirmou, em entrevista concedida recentemente à Agência Brasil, que o planeta não passa por um período de aquecimento e que o homem não é o principal responsável pela emissão de gases poluentes.

Thelma Krug afirma que a taxa recente de mudança é “dramática, nas palavras do IPCC”, que a concentração de gás carbônico na atmosfera aumentou 30 partes por milhão (ppm) “em apenas 17 anos” e que 75% desse aumento é representado pela queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão – portanto, ação humana. O IPCC alertou para o fato de a concentração ter superado 375 ppm.

Em relação à confiabilidade das conclusões do IPCC, a secretária mencionou o fato de até os Estados Unidos terem ratificado o relatório e de os estudos terem sido presididos por uma norte-americana e um chinês, representantes dos dois países que mais poluem a atmosfera. “Foi um trabalho isento, sem viés”.

Não tem como questionar o aquecimento”, diz Thelma Krug. Para ela, o derretimento da calota polar e o aumento do nível do mar são provas disso. “O que pode até ser questionado são as causas, mas é muito improvável [que o homem não seja o principal responsável]. A taxa muito rápida [de aquecimento] é consistente com a resposta ao aumento dos gases causadores de efeito estufa. Seria inconsistente pensar em causas naturais”.

A secretária reconhece que há outras pessoas “polêmicas” como Molion, mas frisa que “são poucas”. E diz que fica chateada com esse tipo de questionamento, que considera “conspiratório”.

Agência Brasil

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