terça-feira, 17 de julho de 2007

Índia prepara plano contra o aquecimento até o fim do ano

A Índia deu, nesta sexta-feira, 13, os primeiros passos para desenvolver um plano nacional a fim de lidar com o aquecimento global e avaliar suas próprias emissões de gases do efeito estufa, em meio a uma crescente pressão internacional.

O novo Conselho da Mudança Climática realiza sua primeira sessão, e seu objetivo é definir um plano claro antes da importante reunião climática da ONU, marcada para dezembro, em Bali. Mas o grupo governamental não deve estabelecer metas para a redução de emissões.

"A Índia está agora respondendo à urgência da situação", disse Sunita Narain, membro do Conselho e diretora do Centro para a Ciência e o Meio Ambiente, de Nova Délhi.

"Nunca fomos muito bons em declarar nossa posição, e é hora de articular todas as coisas que a Índia está fazendo e os planos para mitigar e se adaptar ao aquecimento global."

A Índia, cuja economia cresceu 8-9% nos últimos anos, é um dos maiores poluidores mundiais, contribuindo com cerca de quatro por cento das emissões globais dos gases do efeito estufa. Puxadas pelo consumo de combustíveis fósseis, as emissões indianas estariam crescendo 2-3% por cento ao ano.

Mas, por se tratar de um país em desenvolvimento, o Protocolo de Kyoto não exige que a Índia reduza suas emissões, apesar da forte pressão nesse sentido por parte de países industrializados e ONGs ambientais.

O governo rejeita metas de redução das emissões, pois alega que precisa da energia para tirar milhões de pessoas da pobreza e que suas emissões per capita representam apenas uma pequena fração das emissões dos países desenvolvidos.

Os 21 membros da comissão - entre os quais ministros, ambientalistas, industriais e jornalistas - devem considerar formas de aumentar a eficiência energética sem prejudicar o crescimento, e meios de promover fontes energéticas renováveis.

Também serão discutidas formas de combater os efeitos do aquecimento, que ameaça a subsistência de centenas de milhões de pessoas no subcontinente indiano - provavelmente uma das regiões mais afetadas no globo.

O recuo nas geleiras do Himalaia pode ameaçar o abastecimento de água a centenas de milhões de indianos, e o aumento do nível do mar é um perigo para cidades como Mumbai e Kolkata (ex-Calcutá), além do vizinho Bangladesh, segundo cientistas. Eles afirmam que secas e inundações já estão mais comuns, provocando doenças e afetando safras.

Estadao.com.br

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