quinta-feira, 19 de julho de 2007

Indústria e governo firmam protocolo de intenções sobre desenvolvimento limpo

Representantes dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia assinaram nesta quarta-feira (18), com representantes de vários setores da indústria, protocolo de intenções sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

O documento consta da pauta do Ano do Desenvolvimento Limpo, lançado na terça-feira (17) pelo governo, e visa conscientizar a sociedade civil sobre o papel do MDL e do mercado de carbono na redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa (uma das principais causas do fenômeno de aquecimento global) na atmosfera.

Em solenidade na CNI - Confederação Nacional da Indústria, o secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Nilton Sacenco, destacou as oportunidades de negócios que se abrem com a implementação desse tipo de desenvolvimento, além da redução na emissão de gases e do benefício ecológico resultante da medida.

Existem recursos que podem vir através do Protocolo de Kyoto (assinado em 2000, estabelece metas para redução de gases que provocam efeito estufa por países desenvolvidos e em desenvolvimento), que permite a redução na emissão de carbono por países que tenham projetos nesse sentido, e o Brasil se encaixa dentro desse cenário”, disse Sacenco.

Para ele, tais projetos poderiam render ao Brasil cerca de US$ 3 bilhões em cinco anos, mas o baixo número de proposições - pouco mais de 200 no total - faz com que o país aproveite apenas 30% desses recursos em potencial. A assinatura voluntária do protocolo de desenvolvimento limpo, segundo ele, representa um importante passo nesse sentido.

É uma maneira de se organizar para isso, organizar a sociedade, as empresas, o governo e as comunidades como um todo. O Brasil se encontra em terceiro lugar em número de projetos que visam capitalizar recursos do Protocolo de Quioto - perdemos para a China e a Índia. Nada mais natural que aumentemos o número de projetos até para colocar em prática nossos discursos em torno da matriz energética limpa”, ressaltou Sacenco.

O gerente-executivo de Competitividade Industrial da CNI, Maurício Mendonça, destacou o caráter oportuno da assinatura do protocolo, que, para ele, permitirá uma aceleração das ações da confederação e de outras entidades empresariais para reduzir os problemas derivados de mudanças climáticas. nesse sentido. Segundo Mendonça, mesmo que as taxas brasileiras de emissão de carbono não sejam muito altas e que a indústria não seja o setor que mais contribui para a elevação delas, o importante é o exemplo, e o setor industrial deve se configurar como pólo efetivo de combate ao aquecimento global.

Mendonça enfatizou a necessidade de diálogo permanente com o governo federal para construção de consensos de interesse do país e citou como importantes desafios para esse processo a conciliação entre a forte redução do desmatamento da Amazônia com as atividades desenvolvidas na região. Ele lembrou também que é preciso ver como o país vai se posicionar frente à grande pressão internacional para redução das taxas de emissão de carbono e seu impacto para o setor industrial.

Assinado o protocolo sobre desenvolvimento limpo, o próximo passo será formar uma comissão com representantes do governo e de cada signatário do documento para implementar metas, ações e prazos. De acordo com o secretário Nilton Sacenco, o prazo deverá ser o mais curto possível, pois a matéria exige pressa e urgência.

Agência Brasil

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