terça-feira, 3 de julho de 2007

Europa analisa opções para enfrentar a mudança climática

Falta de água no Mediterrâneo, enchentes ao longo do Reno e verões tão quentes que as centrais nucleares não conseguirão resfriar seus reatores. Isto é o que a Europa pode esperar, à medida que o clima se aquecer nas próximas décadas, diz relatório da União européia, divulgado nesta sexta-feira (29), e que delineia medidas que os governos podem tomar para reduzir o impacto do efeito estufa.

"Nossa meta é aumentar a conscientização, na Europa, para a necessidade urgente de adaptação á mudança climática e desencadear um amplo debate público sobre quais as prioridades para essa adaptação", disse o Comissão de meio Ambiente da UE, Stavros Dimas.

O trabalho diz que a tomada de medidas antecipadas poderá evitar custos no futuro. Sem defesas contra a elevação do nível do mar, os danos serão quatro vezes maiores, estima o texto. "para os impactos onde temos grande confiança nas previsões, a adaptação deve, portanto, começar agora", diz o relatório.

Verões mais quentes e secos significarão uma estação agrícola prolongada no norte da Europa, mas a Comissão Européia destaca que os efeitos negativos da mudança superarão, em muito, os positivos.

A demanda por eletricidade aumentará no verão, por conta do consumo de ar-condicionado, algo que poderá ser problemático para a França, já que a água dos rios, aquecida pela temperatura ambiente, não será capaz de resfriar as usinas nucleares.

Barragens hidrelétricas também poderão sofrer, com a escassez de água ou com o aumento do cascalho nos rios.

O texto pede que indivíduos e empresas ajam poupando água, mudando os sistemas de rodízio de lavouras e plantando mais alimentos resistentes ao clima seco.

Ao mesmo tempo, serão necessários investimentos na elevação de diques e quebra-mares, na realocação de portos, indústrias e cidades inteiras para longe da costa e das várzeas dos rios.

Estadão Online

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