quarta-feira, 20 de junho de 2007

Aquecimento faz primavera no Ártico chegar mais cedo, diz artigo

Na região do Ártico a primavera chega semanas antes do que era o normal há apenas uma década, segundo cientistas que atribuem a mudança ao aquecimento global, indicou um artigo da revista 'Current Biology'.

- Apesar das incertezas sobre a magnitude do aquecimento global que é esperado no próximo século, uma característica constante das mudanças atuais é que os ambientes do Ártico são e continuarão sendo os mais expostos a um maior aquecimento - disse Toke Hoye, do Instituto Nacional de Pesquisa Ambiental da Dinamarca, para a revista.

- O estudo confirma o que já muita gente pensa: que as estações estão mudando e que não se trata de que tenhamos um ou dois anos mais quentes, mas existe uma forte tendência que pode ser sentida ao longo de uma década - assinalou Hoye.

Para o estudo dos efeitos do aquecimento os pesquisadores recorreram à fenologia, o estudo da relação entre os fatores climáticos e os ciclos dos seres vivos que considera a sincronização dos sinais de primavera nas plantas, pássaros, borboletas e outras espécies. As mudanças nestas relações são consideradas como uma das mostras mais claras e rápidas da resposta biológica ao aumento das temperaturas.

Hoye explicou que os registros de mais longo prazo de mudanças fenológicas vêm em sua maioria de climas mais temperados. Por exemplo, alguns estudos recentes documentaram avanços de 2,5 dias por década para as plantas européias, e de 5,1 dias por décadas em plantas e animais no âmbito global. Os pesquisadores estudaram o maior número de documentos disponível para a região ártica que mostra adiantamentos extremamente rápidos, induzidos pelo clima, no florescimento, a emergência da hibernação, e a colocação de ovos em uma ampla gama de espécies do Ártico.

As datas do florescimento em seis espécies de plantas, as datas médias de eclosão de 12 espécies de artrópodes, e as datas de início da ninhada em três espécies de aves avançaram em alguns casos em mais de 30 dias durante a última década. O avanço médio em toda a série foi de 14,5 dias por década, segundo o estudo.

JB online

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