quarta-feira, 23 de maio de 2007

BM quer que Brasil, Venezuela e México reduzam queima de gás

SÃO PAULO - O Banco Mundial (BM) tenta fazer com que o Brasil, a Venezuela e o México se unam à Parceria Global para a Redução de Queima de Gás (GGFR, em inglês), um projeto do qual o Equador é o único país latino-americano participante.

O responsável pela divulgação mundial da GGFR, o boliviano Mauricio Ríos, disse em entrevista à agência Efe que o BM deseja que os três principais produtores de petróleo da América Latina participem da iniciativa. Ela procura reduzir a queima do gás no processo de refinamento do petróleo.

- Buscamos uma maior participação da América Latina na aliança global - acrescentou Ríos. Ele está divulgando o programa no 'Gas Summit 2007', seminário do setor do gás natural que está sendo realizado em São Paulo.

Para Mauricio Ríos, 'é muito importante que o Brasil, a Venezuela e o México se unam, não simplesmente pelo fato de se unirem, mas porque a queima de gás representa um esbanjamento de recursos e prejudica o meio ambiente'.

No mundo, são queimados, por ano, 150 bilhões de metros cúbicos de gás natural, que equivalem a 25% do consumo dos EUA ou a 30% da União Européia (UE). Os 40 bilhões de metros cúbicos queimados na África são pouco mais da metade do consumo total nesse continente, explicou Ríos.

Na América Latina, a Venezuela queima 5,4 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, enquanto o Brasil e o México, cada um, respondem por 2,5 bilhões.

Cerca de 75% do processo de refinamento de petróleo está concentrado nas mãos de 15 países. A queima de gás natural nesse processo gera 400 milhões de toneladas de gás carbônico todo ano.

O responsável pela divulgação do pacto destacou a participação do Equador no programa, apesar de este ter uma queima de gás natural inferior à de outros países, inclusive, de países da região.

O funcionário do BM disse que o organismo trabalha com outros assuntos vinculados ao setor energético, como o fomento das "energias limpas', parte dos programas de prevenção de catástrofes.

Nesse sentido, o BM analisa o caso do Brasil na área dos biocombustíveis e reconhece o etanol e o biodiesel como carburantes alternativos 'mais limpos' que os de origem fóssil. No entanto, segundo Ríos, 'é preciso ver os prós e os contras para conseguir um equilíbrio'.

O venezuelano Francisco Sucre, consultor da GGFR, disse que os custos para evitar a queima de gás nas refinarias podem ser cobertos pelos créditos de carbono.

- No caso brasileiro, foi muito proveitoso o sistema de créditos de carbono, pois ajuda a sustentar financeiramente muitos projetos. No campo do gás, há um potencial imenso - apontou.

Através do Protocolo de Kyoto, países desenvolvidos compram créditos de carbono para contribuir com a redução de emissão de gases de suas indústrias. Isso é feito indiretamente, com o apoio a projetos ambientais, como os de energias 'limpas', normalmente desenvolvidos em nações emergentes.

O 'Gas Summit 2007', que terminará amanhã, conta com a participação de oito presidentes de companhias de gás e petróleo, assim como de delegações de organismos multinacionais, como o BM.

Jornal do Brasil on line

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